sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Crítica: Solomon Kane

Baseado nos quadrinhos de Robert E Howard (mesmo criador de Conan, o Bárbaro), Solomon Kane trás às telas o fictício herói puritano que viveu entre os séculos XVI e XVII, cujos principais inimigos eram bruxos e feiticeiros da época (numa das histórias, Solomon chegou a enfrentar também o Conde Drácula).

Solomon havia feito a promessa de que seria um homem puro, a fim de salvar sua alma, depois que ele cometeu algo terrível quando ainda jovem, época em que iniciou uma saga gananciosa por bens materiais. Ele vê no resgate de uma garota – cuja família fora assassinada – a chance de se redimir pelos males que cometeu, partindo então à sua busca. O problema é que isso implica em voltar às terras de sua infância e reviver fatos ruins que atormentaram seu passado.

O personagem nunca fez muito sucesso entre público e crítica, mas os produtores viram nele um possível protagonista de uma nova franquia, já que suas histórias são muitas. O problema é que caracterizaram-no tão inocentemente que a busca – quase sempre rasa – por ser uma pessoa de bem torna-se piegas e pouco crível.


Na tentativa de fazer algo parecido com os produtos hollywoodianos do gênero, o diretor inglês Michael J Basset tentou fazer um filme no estilo épico de O Senhor dos Anéis, assim como construiu seu Solomon como um Aragorn Kane em excessivos planos próximos e falas teatrais, ainda que domadas, na medida do possível, pelo ator James Purefoy (da série de tevê Roma), que contou com a ajuda de outros bons atores, como Pete Postlethwaite e Max von Sydow, para manter um nível decente de intrepretações.

De efeitos visuais cuidadosos, o longa trás ainda bons efeitos sonoros, maquiagem e belos e grandiosos cenários, que infelizmente não seguram por si só as pontas de uma obra de direção e roteiro fracos, cuja ousadia vem pelo lado que não deveria, como a cena chocante do assassinato brutal de uma criança.

Apesar disso, Solomon Kane escapa de ser um novo Van Helsing (a bomba de caça-vampiros protagonizada por Hugh Jackman) e ainda pode ter um bom futuro nos cinemas, caso suas sequências venham a ser lideradas por diretores que entendem mais do riscado. Guillermo Del Toro transformaria este cachorro vira-latas num belo e imponente Pastor Alemão.
 
Trailer:

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